terça-feira, 28 de junho de 2016

KTR Campos 21km @ Campos do Jordão, SP - 25JUN2016

 Em 2014, tive a oportunidade de participar da primeira edição da KTR, realizada na Serra Fina (Passa Quatro, MG). Foi uma prova com um percurso duríssimo. Lembro-me até hoje daquele dia. Com certeza foi uma prova muito importante para o cenário de corridas de montanha nacional. No último sábado em Campos, comparando nível técnico/dificuldade com a Serra Fina, não foi muito diferente...

 Na sexta (24) à noite, já em Campos do Jordão, dei uma passada no finalzinho do briefing técnico da prova para encontrar com o Sidney e alguns amigos que ainda estavam por lá. Em seguida, fomos para a casa que a nossa equipe estava hospedada para jantar, conversar um pouco sobre a prova, acertar alguns detalhes e descansar para o dia seguinte.
 Sábado (25) às 6h da manhã partimos para a arena de largada para prestigiar os amigos que largariam nos 42km, às 7h da manhã. O termômetro marcava 2°C.
 Após a largada dos atletas dos 42km era hora de deixar tudo pronto para a minha prova. Restavam duas horas para eu me acostumar com o frio, deixar o nervosismo de lado e fechar os últimos detalhes sobre o que levaria comigo durante o percurso.

 Pontualmente às 9h da manhã foi dada a largada. Minha ideia era não sair muito forte para chegar com "perna" nos trechos que seriam necessário fazer um pouco mais de força. Mesmo com esse pensamento de não forçar muito, eu sentia que não havia sido um bom início de prova para mim. Fui ultrapassado por muitos atletas nos primeiros quilômetros. Seria difícil alcançá-los naquele inicio mais rápido.
 Aproximadamente no quilômetro 4, em trecho de single track, consegui melhorar um pouco o ritmo e segui com alguns atletas. Tudo parecia estar se normalizando, eu já podia sentir aquela sensação boa que tenho quando estou correndo - competindo ou não.

 No quilômetro 8 iniciavam-se as descidas. Trecho onde era necessário saber dosar o ritmo, pois alguns quilômetros à frente começaríamos a subir muito.
 Consegui abrir uma pequena vantagem dos atletas que vinham comigo e continuei administrando a colocação nas descidas.

 Finalizando o trecho de descida, já no quilômetro 14, tinha um pequeno trecho plano, onde foi possível correr um pouco mais confortável para encarar a parte mais difícil da prova, onde eu tinha pela frente um trecho com aproximadamente 4 quilômetros e 1100 metros positivos de subida.
 Avistei o início da subida de longe e armei os trekking poles - foi a primeira fez que utilizei bastões em prova. Apesar de ter pouca experiência, tentei manter um ritmo constante, lembrando das orientações que o Sidney passou nos treinos com bastões - isso me ajudou muito.
 Não demorou muito e comecei a avistar alguns atletas que me ultrapassaram no início da prova. Muitos estavam "travados" na subida, devido às fortes câimbras que sentiam. Neste trecho consegui ganhar algumas importantes colocações mantendo o meu ritmo constante.

foto: Alexandre Cappi


 A ideia desde o início era não parar em nenhum momento na subida e graças ao auxílio dos bastões foi possível. O que me surpreendeu foi não ter tido nenhuma câimbra durante o percurso, mesmo fazendo bastante força nesses trechos.
 No último quilômetro da prova, já na famosa "subida do camelo", era possível sentir aquela sensação de final de prova. Ouvia gritos de incentivo da Marilia, do Sidney e de vários amigos que lá estavam me esperando... Finalzinho de prova sensacional e puxado.
 Finalizei os 21km com 03:47:56 ficando em 27° na colocação geral e em 4° na categoria até 29 anos.

foto: Marilia Okuyama

 Durante o percurso fiquei um pouco chateado com a falta de responsabilidade de alguns atletas. Coletei durante o percurso umas duas garrafinhas de refrigerante e uma embalagem de gel que encontrei na trilha. A organização forneceu lixinhos no kit. então não entendo qual o problema em levar consigo uma embalagem vazia até o final da prova, ou até mesmo entregar para o próximo staff que encontrar no percurso. Por mais que os organizadores orientem, é necessário que sejam mais rigorosos com isso, criando medidas que puna atletas que cometerem tais atitudes. Essas provas são realizadas em locais de difícil acesso e mesmo com alguém passando no dia seguinte para limpar a trilha e tirar suas marcações, é difícil encontrar lixos pequenos, como: embalagem de gel, mini-garrafas, etc.

 Gostaria de agradecer ao Tani Oreggia (organizador da prova), que deu o maior suporte para a nossa equipe. Ao Sidney, por nos acompanhar em mais uma prova, sempre dando a maior atenção. E a todos(as) presentes nesta edição da KTR.

 O nível das provas de montanha aqui no Brasil está cada vez mais alto e provas como a KTR só deixa isso mais evidente. Espero poder participar mais vezes de provas como essa.