terça-feira, 6 de setembro de 2016

Desafio das Serras @ Mantiqueira, S. Francisco Xavier, SP - 3/4SET2016

 Pelo terceiro ano consecutivo, estivemos presentes e disputando em dupla o Desafio das Serras. Como em 2014, na Serra da Mantiqueira, com largada na cidade de São Francisco Xavier. Um lugar mágico que sempre nos ensina algo novo a cada visita...

 Nos programamos para sairmos cedo de São Paulo na sexta (2), assim não enfrentaríamos muito trânsito e chegaríamos com tempo para acertarmos todos os detalhes para a prova do dia seguinte.
 Já na cidade de SFX, fomos retirar nossos kits e apresentar os itens obrigatórios para a prova. Mais tarde fui assistir o briefing da prova com o Sidney e em seguida fomos descansar.

Primeiro dia: Tomamos um café reforçado na pousada e nos deslocamos para a praça da cidade, para aguardamos o horário da largada (8h30).
 Fomos com a equipe completa: eu e o Pedro na categoria dupla 40km. O Bertola e a Vanessa na categoria solo 40km.

 Fizemos um rápido aquecimento momentos antes da largada e logo fomos nos posicionar. Estava uma temperatura ótima para correr.
 Com um pequeno atraso devido alguns atletas não terem passado no PC zero para controle da organização foi dada a largada para os dois percursos (20 e 40km).

 Saímos com os atletas que seguiam no primeiro pelotão e antes do primeiro quilômetro iniciava-se a longa subida de estrada de terra, com um total de 5 quilômetros. Ali fomos sentindo como as outras duplas estavam respondendo, então subimos na frente, mas no geral, todos estavam no mesmo ritmo. No final da estrada de terra entramos em single track. Agora teríamos mais 5 quilômetros de subidas, só que dessa vez, mais técnico.
 Eu me sentia muito ofegante, apesar de estar no início da prova, tive dificuldade de encaixar um ritmo neste trecho, então perdemos a primeira colocação. Continuamos subindo e a todo instante eu me concentrava para retornar ao meu estado normal.

foto: Reprodução Desafio das Serras


 Finalizando os 10 primeiros quilômetros, com um total aproximado de 1200 metros de desnível positivos acumulados, percebi que estava um pouco mais dentro da prova e seguimos para o segundo trecho, já em ritmo mais forte.

foto: Alexandre Janotti


 Seguimos administrando a segunda colocação e tomando um certo cuidado, pois pegamos muitos trechos de single tracks bem técnicos, com muitos galhos, troncos, raízes e pedras.
 Com 14 quilômetros rodados iniciamos um trecho de descida rumo ao acampamento. Trecho de estrada de terra bastante íngreme no qual era necessário saber dosar muito bem para termos pernas para o segundo dia.

 Finalizamos o primeiro dia com 02:43:41 e ficamos à 12 minutos atrás dos primeiros colocados. Assim que chegamos fomos esfriar as pernas no lago que tinha no acampamento e em seguida fomos tomar um banho, fazer uma massagem, comer e descansar para o segundo dia, que prometia ser muito rápido.

...

Segundo dia: Acordamos às 6h da manhã para arrumarmos nossa mala, tomarmos café da manhã sem pressa e bater um papo antes da largada.
 Como no primeiro dia, o clima estava ótimo para correr. Conversamos um pouco com o nosso treinador e ficamos aguardando o horário da largada, prevista para às 9h da manhã.

foto: Alexandre Janotti  

 Cerca de 20 minutos antes da largada fomos fazer nosso aquecimento, pois seria um dia rápido e a ideia era sair em ritmo forte.
 Já alinhados e concentrados no pórtico de largada. Um último cumprimento... E foi dada a largada. Seguimos forte na frente conforme nossa estratégia. Foram 10 quilômetros descendo em estrada de terra. Nossas pernas estavam respondendo muito bem aos impactos, então seguimos firmes em ritmo alucinante (risos) até iniciarmos a subida de um pasto, com cerca de 2 quilômetros, onde consequentemente tivemos que baixar o ritmo e seguir em alguns trechos no trekking.

 Com 13 quilômetros de prova, seguimos novamente por estradas de terra rumo à praça de São Francisco Xavier. Estávamos colados nos primeiros colocados. Seria impossível tirar uma diferença de 12 minutos faltando 7 quilômetros - na maior parte descida - para acabar a prova, então resolvemos seguir, mantendo uma boa vantagem em cima dos terceiros colocados.

 Finalizamos o segundo dia com 01:40:00, apenas 1 minuto atrás dos primeiros colocados. Não poderia ter sido melhor, pois os primeiros colocados também são da UPFITRAIL e estão sendo treinados pelo Sidney com a ajuda de nosso grande amigo Miragaia, então comemoramos todos juntos este resultado.

 Gostaria de agradecer ao Luiz Antonio Gambá pelo convite e por sempre nos receber tão bem nas provas da Adventure Camp. Toda a organização está de parabéns por terem pensado em todos os detalhes, deixando todos os atletas satisfeitos e seguros do começo ao fim do evento.
 E claro, não posso esquecer de agradecer aos parceiros que estão ao nosso lado: Half Dome, Polar, VeganWay Nutrition, Mó Fisioterapia, AdventureMag e especialmente à Dra. Wânia do Núcleo de Integralização Humana, que nos auxiliou na semana pré-prova, nos deixando ainda mais preparados para encarar este desafio.






terça-feira, 28 de junho de 2016

KTR Campos 21km @ Campos do Jordão, SP - 25JUN2016

 Em 2014, tive a oportunidade de participar da primeira edição da KTR, realizada na Serra Fina (Passa Quatro, MG). Foi uma prova com um percurso duríssimo. Lembro-me até hoje daquele dia. Com certeza foi uma prova muito importante para o cenário de corridas de montanha nacional. No último sábado em Campos, comparando nível técnico/dificuldade com a Serra Fina, não foi muito diferente...

 Na sexta (24) à noite, já em Campos do Jordão, dei uma passada no finalzinho do briefing técnico da prova para encontrar com o Sidney e alguns amigos que ainda estavam por lá. Em seguida, fomos para a casa que a nossa equipe estava hospedada para jantar, conversar um pouco sobre a prova, acertar alguns detalhes e descansar para o dia seguinte.
 Sábado (25) às 6h da manhã partimos para a arena de largada para prestigiar os amigos que largariam nos 42km, às 7h da manhã. O termômetro marcava 2°C.
 Após a largada dos atletas dos 42km era hora de deixar tudo pronto para a minha prova. Restavam duas horas para eu me acostumar com o frio, deixar o nervosismo de lado e fechar os últimos detalhes sobre o que levaria comigo durante o percurso.

 Pontualmente às 9h da manhã foi dada a largada. Minha ideia era não sair muito forte para chegar com "perna" nos trechos que seriam necessário fazer um pouco mais de força. Mesmo com esse pensamento de não forçar muito, eu sentia que não havia sido um bom início de prova para mim. Fui ultrapassado por muitos atletas nos primeiros quilômetros. Seria difícil alcançá-los naquele inicio mais rápido.
 Aproximadamente no quilômetro 4, em trecho de single track, consegui melhorar um pouco o ritmo e segui com alguns atletas. Tudo parecia estar se normalizando, eu já podia sentir aquela sensação boa que tenho quando estou correndo - competindo ou não.

 No quilômetro 8 iniciavam-se as descidas. Trecho onde era necessário saber dosar o ritmo, pois alguns quilômetros à frente começaríamos a subir muito.
 Consegui abrir uma pequena vantagem dos atletas que vinham comigo e continuei administrando a colocação nas descidas.

 Finalizando o trecho de descida, já no quilômetro 14, tinha um pequeno trecho plano, onde foi possível correr um pouco mais confortável para encarar a parte mais difícil da prova, onde eu tinha pela frente um trecho com aproximadamente 4 quilômetros e 1100 metros positivos de subida.
 Avistei o início da subida de longe e armei os trekking poles - foi a primeira fez que utilizei bastões em prova. Apesar de ter pouca experiência, tentei manter um ritmo constante, lembrando das orientações que o Sidney passou nos treinos com bastões - isso me ajudou muito.
 Não demorou muito e comecei a avistar alguns atletas que me ultrapassaram no início da prova. Muitos estavam "travados" na subida, devido às fortes câimbras que sentiam. Neste trecho consegui ganhar algumas importantes colocações mantendo o meu ritmo constante.

foto: Alexandre Cappi


 A ideia desde o início era não parar em nenhum momento na subida e graças ao auxílio dos bastões foi possível. O que me surpreendeu foi não ter tido nenhuma câimbra durante o percurso, mesmo fazendo bastante força nesses trechos.
 No último quilômetro da prova, já na famosa "subida do camelo", era possível sentir aquela sensação de final de prova. Ouvia gritos de incentivo da Marilia, do Sidney e de vários amigos que lá estavam me esperando... Finalzinho de prova sensacional e puxado.
 Finalizei os 21km com 03:47:56 ficando em 27° na colocação geral e em 4° na categoria até 29 anos.

foto: Marilia Okuyama

 Durante o percurso fiquei um pouco chateado com a falta de responsabilidade de alguns atletas. Coletei durante o percurso umas duas garrafinhas de refrigerante e uma embalagem de gel que encontrei na trilha. A organização forneceu lixinhos no kit. então não entendo qual o problema em levar consigo uma embalagem vazia até o final da prova, ou até mesmo entregar para o próximo staff que encontrar no percurso. Por mais que os organizadores orientem, é necessário que sejam mais rigorosos com isso, criando medidas que puna atletas que cometerem tais atitudes. Essas provas são realizadas em locais de difícil acesso e mesmo com alguém passando no dia seguinte para limpar a trilha e tirar suas marcações, é difícil encontrar lixos pequenos, como: embalagem de gel, mini-garrafas, etc.

 Gostaria de agradecer ao Tani Oreggia (organizador da prova), que deu o maior suporte para a nossa equipe. Ao Sidney, por nos acompanhar em mais uma prova, sempre dando a maior atenção. E a todos(as) presentes nesta edição da KTR.

 O nível das provas de montanha aqui no Brasil está cada vez mais alto e provas como a KTR só deixa isso mais evidente. Espero poder participar mais vezes de provas como essa.


   




quarta-feira, 25 de maio de 2016

Maratona de Revezamento 75km @ Bertioga/Maresias, SP - 21MAI2016

 A Maratona de Revezamento Bertioga-Maresias é uma prova bastante conhecida no cenário nacional. Equipes de várias partes do Brasil estão presentes anualmente, seja na primeira ou na segunda etapa, realizada em outubro.
 Com certeza é uma ótima opção para se fazer em equipe, pois além de envolver todo um cuidado estratégico com a parte logística, a equipe de apoio fica conectada com os atletas a todo instante. Ao final, o mérito é igualmente dividido.


 Eu fiquei responsável por três trechos da prova (1, 3 e 8),  no qual irei falar um pouco de cada um abaixo. Nos demais trechos serão as palavras da Vanessa e do Pedro.

 Na sexta (20) fomos dormir tarde, pois ainda estávamos fechando os últimos detalhes da parte logística com o Sidney. Como acordaríamos por volta das 3:30am, era melhor adiantar tudo na sexta mesmo. O Sidney faria os 75km solo, então era preciso estarmos no local da largada por volta das 5:00am para não perdermos o horário da largada dele (5:45am). Nosso carro de apoio me deixou na largada e foi para o final do trecho 1 me esperar chegar.
 Às 5:45am, ainda escuro e com chuva foi dada a largada para a categoria solo, então era só esperar mais 30 minutos para a largada dos trios (masculino, feminino e misto).

[Trecho 1 - 10,8km] Faltando 10 minutos para a largada, já fui me posicionar no pórtico para ir me acostumando com a chuva e vento que fazia naquele momento. A areia estava meio "lama", então já imaginava que teria que fazer muita força no início...
 Às 6:15am foi dada a largada. Saí em ritmo forte com os atletas que iam à frente. Fiquei um pouco impressionado com o ritmo e logo pensei: "Será que eles vão nesse ritmo até o final?". Não demorou muito e éramos apenas 5 atletas na liderança.
 Como ainda estava escuro, a chuva e o vento forte atrapalhava muito a minha visibilidade, então usei um atleta de amarelo que estava na frente como referência.
 Passando da marca do quilômetro 4 não estava mais escuro, agora a outra preocupação eram as poças d'água na areia e o medo de pisar em falso em alguma delas. Ainda chovia e ventava bastante.
 Faltando uns 2 quilômetros para finalizar o trecho eu estava na liderança, mas vinha ouvindo os passos de um atletas vindo no mesmo ritmo que eu desde o quilômetro 5. Como eu não sabia qual era a sua categoria, resolvi não abrir mão da colocação e continuei correndo forte. Consegui entregar o chip para a Vanessa realizar o segundo trecho na liderança. Finalizei os 10,8km com 00:43:14.
 O Wladimir já me esperava lá e fomos correndo para o carro do Bertola e partimos para o terceiro trecho sem nem respirar, pois corríamos o risco da Vanessa chegar primeiro que a gente.

foto: Wladimir Togumi

[Trecho 2 - 6,8km - Vanessa] "Foi um trecho curto de praia infinita com muitas poças d'água. Chovia, fazia frio e a areia estava muito pesada, sendo necessário com que eu fizesse mais força do que o normal. Durante o percurso passei algumas pessoas que estavam na categoria solo, que me incentivavam. Senti que demorei um pouco para aquecer por conta do frio, mas isso não atrapalhou e devolvi o chip para o Diego com 00:27:00".

foto: Wladimir Togumi

[Trecho 3 - 6,8km] Cheguei uns 5 minutos antes da Vanessa, então era só esperar para pegar o chip com ela e seguir para o trecho 4.
 Saí em ritmo forte e em pouco metros entrei no único trecho de trilha que teria na prova. Um single track simples, mas devido a forte chuva da madrugada ficou uma espécie de "riozinho", e a água cobria os meus pés. Também havia uma micro-travessia de rio com água na canela. Logo em seguida, já com uns 4 quilômetros rodados, entrei novamente no trecho de estrada. Nos 800 metros finais havia uma pequena subida, na qual consegui ganhar duas colocações (eram atletas da categoria trio masculino). Entreguei novamente o chip para a Vanessa, finalizando os 6,8km com 00:25:32. Agora eu teria um tempo maior para descansar e ter fôlego para o último trecho.

[Trecho 4 - 6,2km - Vanessa] "Nesse trecho eu me senti mais à vontade para correr mais forte. Trecho de areia mais dura. Não estava chovendo e o vento estava mais fraco. Apesar de ter bastante praia, foi o trecho que mais gostei de correr. Já no asfalto, finalizei o com 00:30:50".

[Trecho 5 - 14,2km  - Pedro] "Eu estava muito ansioso durante os primeiros trechos de prova, pois ainda faltaria um pouco até chegar a minha vez, mas quando chegou no trecho 4, no qual a Vanessa estava correndo, eu comecei a entrar no clima da prova e procurei me concentrar, pois eu seria o próximo.
 Iniciei o trecho correndo bem abaixo do que planejamos e naturalmente quando entrei na areia o ritmo se normalizou. Durante todo o percurso eu estava fazendo bastante força. Além da areia, eu estava correndo com o vento contra. Os 2 quilômetros finais de areia foram bem duros, pois o vento estava mais forte. Já no asfalto, sem vento, consegui finalizar os 14,2km com 00:57:53"
.

foto: Wladimir Togumi

[Trecho 6 - 9,7km - Vanessa] "Em tese esse seria o trecho que eu mais deveria gostar, mas sentia as pernas mais pesadas e já estava sinalizando um certo cansaço dos trechos anteriores. Larguei numa estrada de terra e haviam algumas poças que eu precisava saltá-las. Na metade do trecho havia uma leve subida, uma descida de terra e muitas poças para serem desviadas. Já no asfalto consegui desenvolver bem, finalizando na areia com 00:46:52".

[Trecho 7 - 10,4km - Pedro] "Neste trecho a minha preocupação era se manteria o mesmo pace que mantive no trecho 5, mas logo em seguida procurei pensar como se eu fosse fazer uma outra prova e que deveria dar o meu melhor novamente. Nos primeiros 5 quilômetros eu consegui manter uma boa média. Por volta do quilômetro 7 o meu ritmo começou a cair um pouco por conta de algumas subidas que haviam pela frente, que não permitiam que eu mantivesse o ritmo inicial. Já nos metros finais eu estava numa forte disputa com o atleta que vinha na liderança e passei o chip para o Diego com 00:45:46".

[Trecho 8 - 10,9km] Estava ansioso aguardando o Pedro. Nós sabíamos que ele estava disputando a primeira colocação com outro atleta, então foram momentos tensos ali na espera.
 Peguei o chip e parti atrás do primeiro colocado. O início do trecho era muito rápido, no qual o atleta abriu um pouco de mim, mas logo iniciaram-se as subidas e logo consegui encostar novamente nele. Minhas pernas já estavam um pouco pesadas, estava difícil apertar mais o ritmo na subida da serra - em seguida teria uma tremenda descida e muita areia fofa pela frente.
 Foram 2,5 quilômetros de subida, logo ficou plano e em seguida começou a descida. O primeiro apertou o ritmo e logo se distanciou de mim. Continuei fazendo força, mas não conseguia ir mais rápido.
 O trecho de areia foi o mais "sofrido" pra mim, foram quase dois quilômetros que pareciam acabar nunca, mas de longe já era possível ouvir os gritos da equipe que me aguardava na chegada... Emocionante! Finalizamos os 75km totais da prova com 05:31:06 e nos consagramos vice-campeões da competição.

 Nossa equipe realizou um trabalho impecável no apoio. Sem dúvidas essa vitória não teria ocorrido se não fosse a dedicação e preocupação que eles depositaram na gente neste dia. Éramos 7 pessoas correndo juntos em cada trecho. Seremos eternamente gratos.
 
Equipe UPFITrail Team 75km Bertioga-Maresias:
Diego, Vanessa e Pedro
Apoio carro 1: Bertola e Wladimir
Apoio carro 2: Marilia e Hevelyn

 Agradecimentos especiais à nossa equipe de apoio e também ao nosso treinador Sidney Togumi. Ao Marcão e à Lilian, que estavam presentes continuamente neste final de semana.

 Agora vamos retomar os treinos para as próximas aventuras!

terça-feira, 3 de maio de 2016

Desafio 28 Praias 42km @ Ubatuba, SP - 30ABR2016

 Belas paisagens e uma organização impecável, com certeza foi uma das melhores provas que já corri...

 Pontualmente às 7h da manhã,  foi dada a largada masculina. Saí com os atletas que iam na frente e com poucos metros iniciavam-se as subidas.
 Fui acompanhando os primeiros colocados e logo percebi que o ritmo dos atletas estava forte, mas não me fazia forçar mais do que o normal, então segui com eles. Aproximadamente com 2 quilômetros de prova, já em trechos de single track eu estava em 6° lugar e conseguia ver o 5° mais à frente. O Pedro vinha atrás de mim. A partir dali fomos administrando nossas colocações, pois sabíamos que a primeira metade da prova seria dura e com mais altimetria. Abrir uma vantagem no início seria o ideal.

 Nos trechos que era necessário dobrar a atenção haviam placas indicando perigo espalhadas pelas trilhas, além dos staffs que sempre alertavam os atletas que passavam por eles.

 Um pouco antes de chegar no PC 2 da prova, aproximadamente no quilômetro 20, havia uma travessia de rio. Antes da largada eu já pensava em atravessar com a lancha que a organização disponibilizaria para a travessia, mas como eu estava em 7° na colocação naquele trecho, não era possível utilizar a lancha, - os 10 primeiros colocados deveriam realizar a travessia sem o auxilio da lancha - então fui andando e conforme eu via que estava ficando mais fundo e com forte correnteza preferi ir nadando - tudo bem que não sei nadar direito, rs - e em seguida segui pelo trecho de areia antes da chegada ao PC.

foto: Paulo Barbosa

 Ao chegar na metade da prova, senti as pernas um pouco mais pesadas que o normal, parei no PC para reabastecer a minha garrafa e verificar meus alimentos e cápsulas de sal que iam na pochete, mas já imaginava que após a travessia eu ficaria sem nada por causa da água - devia ter colocado dentro de um ziploc para impedir a passagem de água. Passei um pouco de gelo nas coxas, recebi um incentivo da Marilia, que lá estava me acompanhando durante a prova e segui para a segunda metade.

 Aproximadamente com 23 quilômetros de prova eu estava ao lado do Pedro e fui "forçado" a diminuir o ritmo, minhas pernas travariam logo logo. O Pedro seguiu na frente e eu fui atrás tentando controlar as câimbras de alguma forma.
 Os trechos de areia fofa eram cruéis pra mim. Eu acabava fazendo mais força que o normal e com isso as câimbras vinham com mais frequência.
 Nos trechos mais difíceis eu pensava nas consultas que tenho com a Dra. Wania, do Núcleo de Integralização Humana e utilizei muito as técnicas dela - isso me ajudou muito a controlar as dores.
 Devido a diminuída no ritmo, acabei perdendo algumas posições, mas mesmo assim não desanimei e continuei lutando contra mim mesmo.

 Encontrei alguns amigos e conhecidos no percurso que me ofereceriam algo, mas eu já estava próximo ao PC 5 (último da prova), então dava pra chegar até lá "numa boa".
 Já no PC 5, lá estava a Hevelyn e ela me disse que restavam 8 quilômetros até a chegada, então reabasteci minha água, comi uma banana (ela me forçou a comer, rs), um pouco de amendoim e segui.

 Os últimos quilômetros foram basicamente subidas e descidas no asfalto, onde eu me sentia muito melhor correndo do que nos trechos de areia. Faltando 2 quilômetros, já na areia, era possível ver a chegada mais à frente. Dali pra frente foi só alegria, a prova estava no final.
 Finalizei os 42km com 5:21:11, ficando em 20° colocado geral e em 6° na categoria 20-29. A prova teve 138 atletas concluintes nos 42km solo.
 Gostei muito da organização da prova em geral. Haviam dezenas de staffs espalhados em pontos estratégicos, fitas demarcando todo o percurso, placas nos locais de perigo e água gelada nos PC's.

 Agora vou retomar os treinos para o próximo desafio. Em menos de três semanas, dia 21/05 farei os 75km da Bertioga - Maresias em trio com os meus parceiros de equipe, Vanessa (campeã nos 42km solo feminino) e Pedro. Até lá!

terça-feira, 1 de março de 2016

K21 Pico do Urubu @ Mogi das Cruzes, SP - 27FEV2015

 O primeiro texto do ano dá início a temporada 2016, que começou para mim no último sábado (27). Uma prova com um grande nível técnico e com grandes atletas - isso mostra como será o decorrer desta temporada...

 Haviam 3 opções de percursos: 5, 10 e 21km com largada às 9h (para todas as distâncias - ponto negativo na minha opinião). Combinei com os amigos de chegarmos bem cedo para fácil acesso ao local e para ficarmos mais sossegados aguardando a largada, pois haviam cerca de 1300 inscritos divididos entre as três distâncias.

 Algumas informações importantes sobre o percurso foram passadas minutos antes do início da competição. Estava bem difícil me posicionar como eu queria no pórtico, mas procurei ficar tranquilo, pois já imaginava o empurra-empurra que seria.
 Dada a largada procurei sair em ritmo forte para evitar congestionamento no início da trilha. Eu pude ir acompanhando muitos atletas que seguiam na frente, mas fiquei meio em dúvida em quais distâncias eles estavam - isso poderia comprometer minha prova. Continuei sem me preocupar com isso, pois uma hora o percurso mudaria e eu só veria os atletas que estavam inscritos na mesma distância que eu.

 A partir do quilômetro 2,5 entramos em single-track. Trechos bem técnicos, onde consegui me destacar entre alguns atletas e fui ganhando algumas posições.
 O primeiro trecho da prova eu já conhecia por ter corrido uma prova em 2014 que passava por ali. Então estava tranquilo e sabia o que iria enfrentar pela frente.

foto: Ivan Padovani


 Ao chegar mais ou menos na metade da prova o percurso mudou. Enfrentei trechos extremamente duros e técnicos. Subidas que era necessário o apoio de troncos e galhos para subir, além de ter que fazer muita força nas pernas...

foto: Ivan Padovani

 Não faltando muito para o fim da prova, o percurso dos 21 e 10km se uniram novamente, fazendo com que 'atrasasse' um pouco quem estava nos 21. Muitos atletas abriam caminho numa boa, outros com seus fones de ouvido não ouviam o pedido de licença e até ficavam bravos com as ultrapassagens. Quem estava nos 21 naquele momento da prova vinha em ritmo forte, então nada melhor do que o bom senso para que ninguém se machucasse, né!? - estávamos passamos por trechos técnicos, muito escorregadios e com muitas raízes, então todo cuidado era pouco.

 Nos 2 quilômetros finais, as minhas pernas não estavam tão fortes quanto no início da prova por ter feito muito esforço nas subidas, mas ainda tentei apertar um pouco o ritmo e tirar alguma diferença no final da prova.
 Finalizei a prova com 2h34m56s. Dos 299 finishers, fiquei em 45° colocado e em 2° em minha categoria (25-29 anos).

foto: Marilia Okuyama

 A temporada 2016 está só começando e continuarei com os treinos para enfrentar os próximos desafios da melhor forma possível, pois vejo nas últimas competições que o nível dos atletas só está crescendo.
...

Parceiros que estão ao meu lado nesta temporada:

Upfitrail Team | Loja Half Dome | VeganWay Nutrition | Polar Brasil | 

Núcleo de Integralização Humana | Mó Fisioterapia | AdventureMag