segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Circuito das Serras @ Serra do Japi, Cajamar, SP - 06DEZ2015

 Uma semana depois do Desafio das Serras fui fechar a última etapa do Circuito. Acredito que, das quatro etapas essa tenha sido a mais dura...

 Por volta das 7h30 da manhã, saí de casa com a Marilia com destino à última etapa do Circuito das Serras, na Serra do Japi, Cajamar.
 Chegamos lá por volta das 8h10 e logo fomos retirar nossos kits, conversar com os amigos e nos concentrarmos para a largada - a minha prevista para as 9h e a dela para as 9h30.
 Poucos ali haviam feito o Desafio na semana passada. Eu ainda sentia as pernas um pouco pesadas, mesmo tendo descansado praticamente a semana toda. Estava um pouco preocupado com isso, rs.

 Às 9h em ponto foi dada a largada para os 21km. Saí em ritmo bem confortável, pois logo no início começaríamos a subir. Se eu saísse forte, com certeza não iria conseguir segurar o ritmo durante muito tempo. Acredito ter feito uma escolha inteligente, pois quanto mais íngreme ficavam as subidas, mais posições eu ganhava. Segui com essa estratégia.
 Por volta do quilômetro 5 já não tinha mais aquela muvuca inicial, então haviam poucos atletas correndo próximos a mim, o Pedro vinha comigo. Corremos 80% da prova praticamente juntos. Acredito que isso seja resultado do Desafio - ainda estamos alinhados, rs.

foto: Rota da Aventura
 Assim como subidas, haviam descidas extremamente técnicas e escorregadias, todo cuidado era pouco. Consegui realizar boas descidas ganhando algumas posições.
 Pegamos alguns trechos de single track, onde fizemos um bate-volta duas vezes. Nesse trecho era possível saber quem vinha atrás (no momento da volta) e de quanto tempo mais ou menos era a vantagem.

 No final da última subida eu sentia as pernas mais pesadas que no início da prova, então ali eu já estava no meu máximo, mantive o ritmo para sobrar um 'gás' e iniciar as últimas descidas para finalizar a prova.

 Finalizei os 21km com 2h09min, ficando com o 4° lugar. Fiquei muito feliz com o resultado e por ter conseguido correr bem esta última etapa do circuito ao lado de grandes atletas e amigos que admiro.

 A temporada de provas deste ano chegou ao fim, mas os treinos continuam a todo vapor para iniciar uma boa temporada em 2016.

 Agora é hora de sentar com o treinador, estudar e planejar o calendário de competições de 2016.

     

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Desafio das Serras @ Serra do Mar, Ubatuba/Cunha, SP - 28/29NOV2015

 Um primeiro dia que tive que usar todas as minhas forças e mais um pouco... O diferencial era que eu estava com meu parceiro de equipe, Pedro, que me motivava até o final, não deixando a cabeça vencer o corpo.

 Eu, a Marilia e parte da UPFITrail Team (Sidney, Pedro e Vanessa), saímos de São Paulo na sexta (27), com destino à Ubatuba para mais um Desafio das Serras. Neste ano o local escolhido foi o Parque Estadual Serra do Mar. Lugar incrível e extremamente desafiador.
 Chegamos em Ubatuba no final da tarde e logo fomos arrumar alguns detalhes finais que faltavam em nossas malas (era necessário deixar uma mala com a organização, que subiria para o acampamento no momento da checagem dos equipamentos obrigatórios, retirada de kits, briefing, etc). Já no local da retirada dos kits, após checagem dos equipamentos e de ouvir um pouco das orientações sobre o percurso, fomos procurar algum lugar para jantarmos e em seguida voltamos para a pousada na qual estávamos hospedados. Agora era só descansar para a largada do primeiro dia de prova.


Primeiro dia: 
No sábado bem cedo nos deslocamos para a largada que seria realizada na praia de Ubatumirim (Ubatuba). Resolvemos sair mais cedo pois o caminho para chegar até a praia era bem travado, apesar de que não tão distante. Chegamos com tempo de sobra para acertarmos todos os detalhes possíveis antes da largada e bater um papo com os amigos que lá também estavam.

 Às 9h30 foi dada a largada para os competidores da categoria 40km. Eu e o Pedro saímos um pouco forte com o objetivo de pegar a entrada da trilha menos congestionada possível. Ao chegarmos aproximadamente no quilômetro 5 começamos a encontrar o pessoal dos 80km que haviam largado 30 minutos antes que a gente. Mesmo sem ninguém falar nada já comecei a entender que a trilha estava bem técnica e congestionada...
 O percurso exigia o máximo de atenção possível, qualquer descuido poderia comprometer nosso dia. Além de atenção, também foi necessário fazer muita força. Eram tronco atrás de tronco que tínhamos e soltar, muito bambu cortado - que muitas vezes era inevitável passar sem se cortar, além dos cipós escondidos abaixo da vegetação. Enfim, "armadilha" tinha de sobra.

 Nesta prova não haviam postos de hidratação, cada atleta deveria levar consigo água para todo o percurso e não beber água dos rios - recomendação da organização.
 A quantidade de água que levei mal deu para nada, na mata fechada acabei suando no mínimo umas três vezes mais que o normal, fazendo com que eu bebesse água num curto intervalo de tempo...
 Devido ao esforço que estava fazendo no single track e na travessia de rio com água acima da cintura, senti que a musculatura não estava respondendo à altura e logo teria câimbra. A água gelada do rio dava uma certa aliviada e fazia eu seguir adiante.

 Com um pouco mais de 12 quilômetros nos deparamos com fitas verdes da mesma cor das folhas das árvores (???). Apesar de sabermos que nunca havia tido uma prova por ali e que as fitas que estávamos acompanhando desde o início eram laranjas, ficamos bem confusos e paramos para verificar se estávamos no caminho correto. Fomos uns 100 metros em outra direção e nada de fitas. Voltamos para o ponto da fita verde e tomamos a rápida decisão de ir adiante. Outros atletas fizeram o mesmo.

 A subida da serra estava extremamente técnica e difícil, minha perna estava muito pesada e minha lombar "gritava" de dor. Com pedaços de bambus encontrados no percurso, improvisei uns bastões que faziam com que eu me curvasse menos.
 As câimbras iam e vinham a todo instante. Muitas vezes era necessário parar para o Pedro fazer uma rápida massagem e continuarmos. Manter o foco num momento de dor é muito difícil, mas se você estiver alguém ali do seu lado te dando forças, é bem diferente.

 No final dos 1300 metros positivos que acumulamos em menos de 4 quilômetros veio um certo alívio, mas ao mesmo tempo estávamos longe de acabar a prova. Restavam muitos quilômetros e trilhas técnicas pela frente.
 Mais algumas travessias de rios e muita lama, finalmente estávamos nos 7 quilômetros finais de prova. Apesar de ter sido em trilha, era menos técnica que anteriormente, possibilitando que aumentássemos o ritmo no final. Finalizamos os 33km do primeiro dia com 8h07min, ficando parcialmente em 6° lugar.  No sábado pude ter uma ideia do que é uma corrida de aventura, sem sombra de dúvidas...

 Não perdi tempo e antes mesmo de qualquer coisa fui me alimentar para acelerar a recuperação para correr no dia seguinte o mais inteiro possível. Nós levamos algumas coisas para garantir nossa alimentação, caso não houvesse opção no acampamento. Fomos surpreendidos com o banquete que a organização disponibilizava para os atletas. Haviam diversas opções de sucos naturais, saladas, pratos quentes, etc. Comemos bastante macarrão com molho simples, frutas e salada.
 De barriga cheia, banho tomado e papo em dia fomos nos acomodar em nossas barracas e dormir o máximo possível.


Segundo dia: Aproximadamente 30 minutos da largada a organização tomou a sábia decisão de mudar o percurso da prova. Seria muito difícil fazer o mesmo percurso que fizemos no sábado, talvez demoraria até mais devido a chuva que deu durante a madrugada.
 Vários atletas haviam desistido e já estavam preparados para descer a serra de van, mas com a mudança no percurso vários voltaram atrás e se vestiram novamente para enfrentar o segundo dia. Um deles foi o Leandro Mendes, parceiro que treina com a gente na UPFIT.

 Com a mudança no percurso informada pela organização, pegaríamos cerca de 18 quilômetros em estrada de terra com muito sobe e desce (trecho final do percurso para quem estava nos 80km sábado) e 7 em trilha (nosso final de prova no primeiro dia).
 Eu já estava preparado mas com um certo medo de voltar pelo mesmo caminho que fizemos no primeiro dia e confesso que foi um alívio ouvir a notícia da mudando de percurso. Alguns atletas ficaram chateados com a mudança, mas acho que nessas horas é necessário pensar que, segurança precisa vir em primeiro lugar.

 Aproximadamente às 9h40 foi dada a largada da prova. Eu e o Pedro saímos num ritmo forte com os demais que iam na frente, as dores que senti no dia anterior nem davam sinais de vida, exceto a lombar que ainda doía um pouco. A vontade de abrir tempo neste percurso estava estampada em nossos olhos. Estava muito quente e chegando aproximadamente no quilômetro 12, avistamos uma bica onde não exitei em parar para beber e jogar uma boa água gelada na cabeça. Momentos antes, o Pedro havia dito que eu estava com a aparência meio pálida e que depois da água voltei a ficar corado.

 Mantivemos um bom ritmo durante todo o percurso e quando chegamos no single track acredito ter ganhado uma carga extra que me fez acelerar mais, diferente do dia anterior no mesmo trecho.
 Fechamos o segundo dia com 2h43min e conseguimos conquistar o 4° lugar na competição.

foto: Fabi Ferreira

 Fiquei muito feliz com o final de semana que a equipe teve, pois conquistamos o 1° lugar na dupla mista (Vanessa e Bertola) e pelo Leandro, que aos 45 do segundo tempo resolveu enfrentar o segundo dia de prova.

 Os agradecimentos especiais vão para as meninas (Marilia e Hevelyn) que ficaram nos esperando em Ubatuba sem sequer ter notícias do que estava acontecendo durante a prova (não havia sinal de celular no local), o que também me deixou muito preocupado na hora da mudança do percurso do segundo dia, pois não chegaríamos em Ubatuba, como planejado.
 E à pessoa que mais fez a diferença, o Sidney, que deixou de competir no segundo dia, para descer a serra de van e subir de carro com as meninas. Esse sobe e desce de serra demorou mais de 6 horas. Não foi nada fácil.



 O ano ano está chegando ao fim e o calendário de competições também. Para finalizar, no dia 6 de dezembro farei a última etapa do Circuito das Serras, na Serra do Japi, Jundiaí. Depois disso será só descanso.
 




   



terça-feira, 10 de novembro de 2015

Circuito das Serras @ Paranapiacaba, Santo André, SP - 08NOV2015

 Lama, neblina, alguns trechos com água até a cintura, trilhas e muita confusão... Isso resume mais ou menos como foi a 3a etapa do Circuito das Serras.

 Saímos bem cedo de São Paulo com destino à Piranapiacaba, distrito de Santo André. Em aproximadamente 1 hora chegamos no local da prova. A largada seria dada no Clube Cefelqui. Logo fomos para a retirada dos kits e conversar com alguns amigos que lá estavam.
Bertola, Pedro, Johann e eu estávamos nos 21km. A Vanessa foi nos 12km e a Marilia nos 6km. Todos os percursos passariam por um grande trecho de (muita) lama e trilhas técnicas. Após a retirada ficamos aguardando o horário da largada, prevista para as 9h.

 A largada dos 21km foi dada pontualmente às 9h com um rápido briefing sobre o percurso. Largamos acompanhando a camionete da organização até o início da trilha. Larguei junto aos atletas que iam na frente. Antes do primeiro quilômetro de prova entramos na trilha. Logo nos primeiros metros não era possível encaixar um ritmo forte, pois a lama cobria nossos pés, com isso, era necessário fazer um pouco mais de força. As passagens em trechos com água até a cintura e as escorregadas na lama exigia que a atenção fosse dobrada.

foto: FUNF


 Aproximadamente no quilômetro 8 eu estava junto com um outro atleta disputando a sétima colocação. Chegando num trecho que indicava dois sentidos diferentes havia uma staff, que ao confirmar que éramos dos 21km, nos orientou para irmos para a direita. Seguimos conforme ela indicou. A partir dali já não conseguia alcançar o sexto colocado, na verdade nem o via mais de longe. Achei aquilo muito estranho...
 Como meu relógio ficou a maior parte sem sinal de GPS, eu não sabia exatamente quantos quilômetros já haviam passado. Mas tinha mais ou menos uma noção sobre o tempo.
 Novamente cheguei em um trecho que haviam duas opções de caminhos, dessa vez não havia nenhum staff no local. Entrei à direita e vi uma fita de marcação da prova - imaginei estar no sentido certo e então continuei. Todo o trecho estava com marcação, mas ao mesmo tempo tinha a sensação de não estar no caminho certo.
 Quando cheguei num trecho que seria um bate e volta vi muitos atletas que nem sequer haviam passado por mim durante a corrida, na minha frente. Quando cheguei numa caminhonete da organização, informei para o staff - ele já reconhecendo o erro, anotou meu número e disse para eu não me preocupar.

 Após isso dei uma leve desanimada, mas continuei no ritmo que estava. De qualquer forma eu teria que cruzar a linha de chegada.
 Terminei a prova com 1h52min. Não sei quantos quilômetros ao certo deu, mas corri dois trechos que me fizeram perder quase 30 minutos (comparando com o tempo dos atletas que estavam comigo até aproximadamente o quilômetro 8). Vários atletas erraram o caminho, mas devo ter sido um dos poucos que receberam a indicação errada da staff no quilômetro 8.

 A organização se prenunciou momentos antes da premiação e reconheceu o erro do trecho que estava sem staff e pediu desculpas aos atletas. Com isso acabaram criando uma nova categoria geral nos 21km que se chamava 12,5km (??), na qual fiquei em 1o lugar (??). Não corri 12,5km. No trecho que a staff me indicou a direção errada eu já havia rodado 8km, então esta categoria não tem lógica nenhuma. Não sei qual foi o critério deles, mas também nem quero esquentar a cabeça com isso.

 Bom, eu não considerei este resultado, pois tanto eu quanto meus parceiros de equipe estávamos muito bem durante a prova e tínhamos grandes chances de brigar na ponta com os demais. Mas de qualquer forma não podemos sair crucificando a organização por um (grande) erro (reconhecido) e que nunca havia acontecido antes. E afinal de contas, estamos ali porque amamos o que fazemos, independente de colocação.

Feliz com o resultado das meninas:
6km: Marilia em 14a colocada geral
12km: Vanessa em 1a colocada geral


 Agora é hora de focar no final da preparação para o Desafio das Serras, que acontece no final deste mês em Ubatuba. Serão dois dias muito duros na Serra do Mar que eu e o Pedro estaremos enfrentando mais uma vez em dupla.
   

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Circuito das Serras @ Mantiqueira, S. Francisco Xavier, SP - 18OUT2015

 Mais uma vez na bela e calma cidade de São Francisco Xavier para mais uma competição. Correr na região da Serra da Mantiqueira é sempre especial!

 Parti daqui de São Paulo no sábado com minha companheira, Marilia e meus parceiros de equipe: Pedro e Bertola para a segunda etapa do Circuito das Serras com distância de 21km. Resolvemos sair cedo no sábado para dar tempo de curtir um pouco a cidade e evitar correria para o dia seguinte. Lá nos juntamos com o Sidney, o Wladimir e a Vanessa.  Deixamos nossas coisas na casa e fomos tirar algumas fotos pela cidade e em seguida nos prepararmos para o dia seguinte.

 Na manhã seguinte, saímos um pouco cedo para retirarmos nossos kits e conversar com alguns amigos momentos antes da largada. O clima estava bem favorável para correr, pois no dia anterior havia feito um tremendo calor...

 Aproximadamente às 9h10 foi dada a largada para os 21km. Diferente das largadas anteriores, nessa tivemos que ir acompanhando o carro da organização durante o primeiro quilômetro (até a saída do centro da cidade). Gostei de iniciar a prova desta forma. Deu para dar uma aquecida extra nas pernas antes de iniciar a primeira subida.


 1,5km adiante iniciei a primeira subida. Apertei o ritmo para ganhar algumas posições e abrir vantagem de quem vinha atrás. Subida dura de aproximadamente 3 quilômetros. Ao chegar no final dela, me sentia muito bem e resolvi dar uma forçada no ritmo, onde pude ir acompanhando dois atletas que estavam na minha frente. Seguimos disputando posições ao decorrer da competição.

foto: Wladimir Togumi


 Passando da marca dos 12km, eu estava correndo sozinho na 12a colocação. Resolvi manter um ritmo constante na subida, de olho na frequência cardíaca. Logo avistei corredores mais adiante. Não achei necessário atacar naquele momento, pois poderia 'faltar' na parte mais rápida da prova.
 As descidas começaram um pouco antes do quilômetro 16. Ainda conseguia avistar alguns corredores de longe. Era a hora de forçar mais o ritmo.
 Consegui ganhar algumas posições no final da prova, com isso, fechei em 7° colocado com um tempo de 1h46m30s.

 Gostaria de agradecer a todos os meus parceiros e especialmente ao meu treinador, Sidney Togumi que vem me acompanhando em toda a preparação para as provas.
 Agora é hora de continuar com os treinos e ir para a 3a etapa que será realizada na Serra de Paranapiacaba, Santo André (SP).
   

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Circuito das Serras @ Parque Juquery, Franco da Rocha, SP - 26JUL2015

 Já faziam aproximadamente 9 meses que eu não corria uma prova mais curta. Há cerca de um mês atrás resolvi participar da primeira etapa do Circuito das Serras, que é composto por 4 etapas. Com três opções de distâncias: 6, 12 ou 21km. A primeira etapa foi realizada no Parque Estadual do Juquery. Eu participei dos 21km. Uma prova muito rápida! 

 Com largada às 9h da manhã foi possível sair de casa sem muita pressa. Eu e a Marilia fomos de carro e em cerca de 35 minutos estávamos no Parque. Eu sempre tive vontade de treinar lá, mas as datas não batiam muito quando algum amigo marcava, então a prova veio na hora certa.
 Ao chegar encontramos alguns amigos, conversamos um pouco e já fui me preparando para a largada.

 Às 9h foram passadas as últimas orientações do percurso pela organização e foi dada a largada.
Larguei em ritmo forte com os atletas que estavam na frente. Minha ideia era abrir uma vantagem no início, pois eu sabia que a prova iria dar uma leve "travada" do quilômetro 5 ao 7,5. Fui buscando colocação com quem estava na frente e consegui me encaixar entre os 8 primeiros colocados.

 Passando do quilômetro 5 cheguei no ponto mais lento da prova, onde não só eu, mas todos os atletas tiveram que andar um pouco - o maior trecho de inclinação da prova. Neste momento consegui dar uma diminuída na ofegância sem perder colocação na subida.
 A partir do quilômetro 8 a prova se tornou novamente mais rápida e consegui manter a colocação que eu estava. 

foto: FUNF

 A organização disponibilizou em alguns trechos do percurso, postos com galões de água, no qual os atletas poderiam reabastecer suas garrafas ou mochilas. Acredito que essa seja a melhor forma de tornar a trilha mais limpa durante a corrida. Infelizmente ainda vejo muitos atletas jogando embalagens do que consumiu durante a corrida no chão. Não foi o caso desta vez.
 Mantive o corpo bem hidratado no dia anterior e bebi bastante água antes da largada, então resolvi fazer a corrida sem água. Estava ciente que ao passar pelos postos eu não teria como beber pois estava sem squeeze.

foto: Wladimir Togumi

 Chegando na marca do quilômetro 18 o sol estava muito forte, diferente do clima agradável que estava no início da prova, precisava ao menos molhar o rosto para dar uma refrescada, como isso não era possível dei uma apertada no ritmo para finalizar o mais rápido possível.


foto: Wagner Amorim

 Terminei a prova em 1h45min10seg, ficando em 9° colocado. Fiquei muito feliz com o resultado e por ter corrido bem, sem dificuldades durante o percurso. Agora se der tudo certo, no próximo mês quero fazer a segunda etapa que será realizada na Serra do Japi, Jundiaí.

terça-feira, 7 de julho de 2015

O Rei da Montanha 42,5km @ Mogi das Cruzes - Guararema, SP - 05JUL2015

 Uma prova que vem crescendo a cada ano que passa... Pude acompanhar desde o início e vejo que a organização se mostra, a cada etapa, mais e mais atenciosa com os atletas, e, inovando em todas as provas realizadas. Desta vez, realizaram uma Maratona de Revezamento (42,5km), com largada na cidade de Mogi das Cruzes e chegada em Guararema. O atleta podia escolher entre três modalidades: quarteto, dupla (formando uma equipe) ou solo. 

 Eu e minha companheira, Marilia saímos bem cedo de casa com destino à Mogi das Cruzes. Fazia muito frio, mas eu tinha esperança que esquentasse um pouco - pelo menos no decorrer da prova.
 Chegamos no Parque Centenário (local da largada) por volta das 7h30 da manhã, então tive tempo de organizar os últimos detalhes antes de largar.

foto: Wladimir Togumi


 Minutos antes da largada, fomos informados que devido à uma pequena alteração no percurso, visando a segurança dos atletas, teríamos em média 2 quilômetros a mais de prova.
 Às 8 horas em ponto foi dada a largada para as quatro modalidades. Saí em ritmo bem confortável até passar aquela aglomeração inicial. Logo ao sair do parque, já era possível desenvolver uma boa corrida.

 Fui acompanhando o primeiro colocado dos quartetos, pois o atleta estava correndo no mesmo ritmo que eu. Como não havia ninguém que estava solo ali no momento, continuei segurando aquela certa vantagem.
 O ponto da primeira transição para as equipes aconteceu por volta do quilômetro 10 de prova, no Residencial Veneza. Lá ouvi muitos gritos de incentivo do meu grande amigo, Miragaia e do rei da montanha, José Virgínio. Sem dúvidas isso me deu um gás a mais e continuei.

foto: Wladimir Togumi


 Neste segundo trecho tentei acompanhar o atleta que pegou o bastão na transição de sua equipe (quarteto), porém ele iniciou muito forte. Optei por continuar no ritmo que estava. Eu estava indo solo, então foi melhor não me empolgar, rs.
 Estava muito bem quando cheguei no segundo ponto de transição, com um pouco mais 22 quilômetros rodados, agora em Sabaúna. Novamente ouvindo gritos de incentivo continuei.

 Passando por este trecho fui relembrando das vezes que corri em Sabaúna - o diferencial era o percurso, eu estava no sentido contrário das vezes que corri. Muito bom.
 Quando estava chegando na marca dos 27 quilômetros rodados, comecei a sentir que a perna iria travar. Logo vieram as câimbras. Não pude fazer nada no momento, a não ser dar uma forte diminuída no ritmo e seguir adiante. Com isso, perdi algumas posições para os atletas solos que vinham na sequência.

 Cheguei no terceiro trecho de transição, em Luis Carlos (Guararema) com um pouco mais de 31 quilômetros rodados. Agora já aparentava um leve (? rs) cansaço devido às dores. Bom, não faltava tanto assim para acabar a prova, então continuei.
 Neste último trecho consegui controlar mais as dores (ou apenas me acostumar com elas, rs) e segui para os quilômetros finais, ganhando algumas posições.

 Concluí os 44,5km de prova com 4h30min com direito à cumprimento do Locutor Maquininha (o melhor locutor de corridas na minha opinião), ficando em 21° colocado do geral.


foto: Felipe Medeiros

 Muitas pessoas deixaram seus lares quentinhos, na tradicional hora do almoço de domingo para recepcionarem os atletas que chegavam naquele frio que fazia na cidade. Essas pessoas fazem toda a diferença numa competição, acreditem.

 Fiquei muito feliz com o resultado, independente de performance, eu corro porque eu amo as corridas de montanha. Claro que buscamos sempre dar o nosso melhor numa competição, mas nunca deixo esse amor de lado, colocando outras coisas em primeiro lugar.
 Fico muito feliz de fazer parte de uma equipe (UPFITrail) e ter amigos que pensam da mesma forma que eu. "Alma na montanha, montanha na alma."
       

  

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Endurance Challenge Ultra Trail Agulhas Negras (50km) @ Visconde deMauá, RJ - 23MAI2015

 Já fazem alguns meses que postei algum relato sobre corridas que participei. Não pelo fato de ter perdido o hábito, e sim, por ter ficado um tempo fora das competições... A 'volta' não poderia ter sido melhor: O primeiro Endurance Challenge Ultra Trail The North Face, na cidade de Visconde de Mauá, RJ. A TRC Brasil trouxe para o nosso país a primeira edição deste evento, realizado em diversas partes do mundo, com opção de escolher entre 4 distâncias diferentes: 11, 21, 50 e 80km. 
 Em janeiro deste ano, abriram-se as inscrições. Não perdi tempo e garanti a minha, pois sabia que teria uma grande disputa nas vagas - que logo se esgotaram.
 Com a vaga garantida restavam alguns meses para treinar e fazer o melhor possível na prova, pois uma coisa já era de se esperar: uma prova muito dura. Inscrito nos 50km era só dar continuidade nos treinos e esperar ansioso o dia da prova.

 Sexta-feira (22), saí daqui de São Paulo com destino à Visconde de Mauá, RJ, com meus amigos Jamil, Daniel - que também iriam correr os 50km e minha companheira, Marilia.
 Por volta das 22h chegamos na casa que alugamos (3km da largada) e rapidamente deixei algumas coisas no jeito para no dia seguinte não faltar nada.

 Com a largada marcada para as 6h, era necessário estar na arena do evento por volta das 5h30 para garantir. Lá encontrei com o meu treinador, Sidney Togumi, que desta vez foi ao evento apenas para acompanhar os atletas da UPFIT que iriam participar.

 Alguns minutos antes da largada a organização fez um funil para checagem dos equipamentos obrigatórios para largada dos competidores: Headlamp, Mochila de hidratação, Apito, Manta térmica, e Anorak - sem estes itens não era possível largar. Após a checagem o atleta tinha acesso à largada.

 A largada foi dada às 6h03, na pequena Vila de Mauá. Todos com suas headlamps ligadas e um tremendo frio. Larguei num ritmo confortável, pois sabia que a prova não seria fácil.
 Chegando nos 5 primeiros quilômetros de prova, entramos na mata, iniciando os primeiros trechos de single track extremamente técnico, então toda a atenção era necessária, principalmente por estar escuro. Não demorou muito e a trilha ficou com mais visibilidade conforme ia amanhecendo. Muito, barro e muitas atoladas na lama foram destaques deste trecho, rs.

 Saindo do single track tivemos acesso à um imenso campo aberto, com muita neblina, com certeza um dos trechos mais lindos da prova. Logo em seguida havia o primeiro ad station, onde tomei um pouco de sopa de cebola que serviam. Minha água estava ok, então não perdi muito tempo e continuei.

Foto: Bruno Lopes

 Aproximadamente no quilômetro 17 eu senti um mal-estar, seguido de uma dor forte entre a barriga e o peito. Ignorei e dei continuidade, trotando na subida. Sendo que quanto mais eu forçava mais doía. Então a melhor coisa a fazer era ficar um tempo parado para ver se passava.
 Mesmo parado o dor não passava. Comi e bebi um pouco d'água e nada, então resolvi sentar na trilha, deixando um espaço para que as outras pessoas passarem - várias delas perguntavam se estava tudo bem ou se eu precisava de algo.
 Fiquei uns 30 minutos sentado até que o mal-estar havia passado um pouco, quando passou por mim o Jamil e seus amigos, dizendo que logo atrás vinha o Daniel. Eu estava pensando em parar nos 25, pois mesmo ter ficado descansando bastante por um bom tempo, o mal-estar ia e voltava.
 Segui com o Daniel, e fomos conversando durante o percurso, isso ajudou muito. Passamos por um ad station, onde tinha bastante comida e água fresca. Pensei em parar ali, mas e depois? Eu certamente teria que fazer o percurso até a largada a pé. Então resolvi continuar no ritmo que estava com o Daniel, era só ter paciência e respeitar o corpo.

 Chegando no quilômetro 32,5, segundo nosso dorsal e as informações da organização passadas dias antes da prova, havia nesse trecho, um ad station. Havia apenas um cara da organização informando que tiveram um problema e que não conseguiram colocar um apoio ali. Bom, eu estava bem abastecido naquele momento, mas acredito que muitos dependiam daquele ponto para se abastecerem. Aí alguns falam: "Nessas provas você precisa ser auto-suficiente" - concordo com isso apenas se a organização não tivesse falado nada. Até porque, nesse mesmo ponto seria feito o picote do número, ou seja, um ponto importante na prova, no qual ninguém imaginava que fossem passar batido. Enfim, acho que é uma coisa simples de resolver na próxima.

Foto: Rafael Dalalana

 Passamos pela placa do quilômetro 35 e nosso relógio marcava 37, ok, isso sempre acontece nas provas de montanha, uma diferença aqui, outra ali... Mas o que me assustou foi ver outra placa de 35 alguns quilômetros depois. Caramba, eu estava ficando louco? rs. Deve ter sido porque 3 semanas antes da prova, a organização teve que mudar os percursos dos 50 e 80 de última hora.

 Chegamos nos 40 bem cansados. Desta vez, lá estava o ponto de apoio com bastante comida, guaraná, água e finalmente o picote, rs. Os staffs informavam: "Faltam 10, vamos lá!". O relógio já marcava 44, ok.

 Saímos do estradão de terra e seguimos para a rodovia, pelos meus cálculos estávamos há uns 2 quilômetros da chegada, ufa! Mas logo à frente havia um staff e uma seta informando que deveríamos entrar à esquerda, ou seja, pegamos mais um trecho com 5 quilômetros de trilha e single tracks no finalzinho da prova. Que surpresa boa, não? rs.
 Finalizamos os 55 quilômetros com 9 horas. Um tempo alto e acima do que eu esperava, mas comparando com quem estava "bem", não houve tanta diferença assim, pois a prova foi bem dura.


 A organização errou em alguns pontos, mas nada que tirasse a grandiosidade do evento. Porém, devem estar abertos à críticas, absorvê-las e melhorar o evento em sua próxima edição. E não apagar os comentários das pessoas que reclamavam de algo em sua página. Positiva ou negativa, toda crítica é importante.    

 E vamos reclamar menos e treinar mais, pois cada ano que passa, temos provas mais duras aqui no Brasil!